Diferenças nos níveis de stress, bem-estar e autoestima de estudantes portugueses e brasileiros em Portugal

Abstract

Esta investigação tem como objetivo analisar as diferenças nos níveis de stress, bem-estar e autoestima de estudantes portugueses e brasileiros a viver em Portugal. Com esta finalidade, foram recrutados 79 alunos portugueses e brasileiros com idades entre 18 e 28 anos, de universidades distribuídas nas cinco regiões do continente português. Foram utilizados um questionário sociodemográfico, o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL), a Escala de Satisfação com a Vida (SWLS) e a Escala de Autoestima de Rosenberg (RSES). Os resultados indicaram que a nacionalidade dos participantes tem um efeito significativo sobre os seus níveis de autoestima, com os estudantes portugueses demonstrando maiores níveis de autoestima em comparação com os estudantes brasileiros. Além disso, observou-se uma relação negativa moderada e estatisticamente significativa entre os níveis de stress e satisfação com a vida para ambas as amostras. Entre os estudantes portugueses, também foi identificada uma correlação negativa moderada e significativa entre stress e autoestima, e uma correlação positiva moderada e significativa entre satisfação com a vida e autoestima. Em contrapartida, as correlações entre o tempo de residência dos brasileiros em Portugal e os resultados nas avaliações de stress, bem-estar e autoestima não foram significativas, assim como as correlações envolvendo a idade dos participantes. Esses resultados destacam a importância da autoestima e da satisfação com a vida na modulação dos níveis de stress entre os estudantes universitários e sugerem que intervenções focadas nessas áreas podem ser benéficas para o bem-estar dos estudantes.

This research aims to analyze the differences in the levels of stress, well-being and self-esteem of Portuguese and Brazilian students living in Portugal. To this end, 79 Portuguese and Brazilian students aged between 18 and 28 were recruited from universities in the five regions of continental Portugal. A sociodemographic questionnaire, the Lipp Inventory of Stress Symptoms for Adults (ISSL), the Satisfaction with Life Scale (SWLS) and the Rosenberg Self-Esteem Scale (RSES) were used. The results indicated that the nationality of the participants has a significant effect on their levels of self-esteem, with Portuguese students showing higher levels of self-esteem compared to Brazilian students. In addition, a moderate and statistically significant negative relationship was observed between stress levels and life satisfaction for both samples. Among the Portuguese students, a moderate and significant negative correlation was also identified between stress and self-esteem, and a moderate and significant positive correlation between life satisfaction and self-esteem. On the other hand, the correlations between the length of time Brazilians have lived in Portugal and the results of the stress, wellbeing and self-esteem assessments were not significant, as were the correlations involving the age of the participants. These results highlight the importance of self-esteem and life satisfaction in modulating stress levels among university students and suggest that interventions focused on these areas may be beneficial to students' well-being.