Limites físicos e a transposição psicológica na perceção dos espaços : a Arquitetura como paradigma entre lógica e perceção

Abstract

O presente trabalho consiste na analise de uma metodologia de pensamento fenomenológico que procura evidenciar a multiplicidade da interpretação individual, no que diz respeito a transposição do pensamento quando o Ser e confrontado com barreiras físicas. Neste sentido, desenvolve-se uma analise relativa a perceção, procurando reproduzir uma interpretação própria do espaço a partir do corpo, propondo-se uma arquitetura como experiencia. O papel do utilizador e assim realçado, introduzindo as diversas dimensões fenomenológicas de vivencia do espaço. Esta fundamentação e, então, dada através da apresentação dos conceitos de desenvolvimento da fenomenologia, com base na perspetiva de diversos teóricos e filósofos. Esta identidade fenomenológica defende, assim, a perceção como conceito essencial, o que acaba por relacionar o sujeito e espaço como paradigma formal. Introduz-se, ainda, uma perspetiva metodológica que relaciona os ideais teóricos com a própria conceção, e posterior construção, dos elementos arquitetónicos, criando-se uma dimensão que introduz a explicação de como um espaço e desenvolvido e autonomizado com o movimento e perceção de quem o habita, propondo uma composição cénica de apreensão dos sentidos. Representa-se o propósito da leitura fenomenológica para a representação de atmosferas que compreendem o conteúdo essencial da experiencia individual do sujeito. Desenvolve-se, posteriormente, uma analise justificativa que representa os ideais na sua componente física, revelando uma apropriação dos mesmos, remetidos a um processo cognitivo que fundamenta a essência pura do Ser no espaço. E um processo que se traduz na retoma do Ser, isto e, quando a comunicação com o mundo físico potencia a sua perceção do espaço e remete aos horizontes representativos do seu interior, do seu pensamento.

The present work consists in the analysis of a phenomenological thinking that seeks to analyze the multiplicity of individual interpretation, with regard to the transposition of thought when the Being is confronted with physical barriers. In this sense, an analysis related to perception is developed, seeking to reproduce an interpretation of space based on the body, proposing an architecture as an experience. The role of the user is then highlighted, introducing the various phenomenological dimensions of space experience. This foundation is therefore given through the presentation of the concepts of development of phenomenology, based on the perspective of different theorists and philosophers. This phenomenological identity thus underlies perception as an essential concept, which ends up relating the subject and space as a formal paradigm. It also introduces a methodological perspective that relates theoretical ideals with the very design, and subsequent construction, of architectural elements, creating a dimension that introduces the explanation of how a space is developed and autonomous with the movement and perception of who inhabits it, proposing a scenic composition of apprehension of the senses. The purpose of the phenomenological reading is represented for the depiction of atmospheres that comprise the essential content of the subject's individual experience. Subsequently, a justification analysis is developed that represents the ideals in their physical component, revealing an appropriation of the same, referred to a cognitive process that underlies the pure essence of Being in space. It is a process that translates into the recovery of Being, that is, when communication with the physical world enhances their perception of space and refers to the representative horizons of their interior, of their thinking.