Tempo, virtualidade e poesia : casa em Nakano, Toyo Ito

Abstract

De palavra e imagem é feito o Imaginário do Homem, desde as narrativas a sombra e fogo partilhadas, até à contemporaneidade. Num tempo, porém, que desafia os seus próprios limites, onde se situa a acção sensível da Arquitectura? Se procuramos o silêncio, poderá a Arquitectura construir esse silêncio? Se procuramos enaltecer a memória, de que modo pode o elemento construído prolongar o sentir? Sendo a arquitectura feita de e para o Homem, e sendo o Homem, enquanto ser sensível, constituído de espera, de silêncio, de temor e de inquietação, qual a acção da arquitectura na definição do que de mais absoluto há em cada um de nós? O que propomos nesta Dissertação é uma reflexão sobre o papel do Arquitecto enquanto mediador do intangível. Para tal, tomou-se como base a Casa em Nakano, do Arquitecto Toyo Ito, de um ponto de vista narrativo, formal, crítico e interpretativo. Através de uma narrativa particular chega-se ao entendimento do Espaço e do Tempo, da morte, do amor, da transformação, da impermanência e da virtualidade enquanto argumentos da Arquitectura.

Word and images make our imaginary, from the narratives shared in shadow and fire, up to contemporaneity. In a time, however, that challenges its limits, where is the sensitive action of Architecture? If we seek silence, can architecture build that silence? If we try to enhance memory, how can the constructed element sustain the sense of feeling? Since architecture is made by and for Man and considering ourselves as sensitive beings, made of waiting, silence, fear and restlessness, what is the action of architecture in defining what is absolute in each of us? We propose in this Dissertation a reflection on the Architect's role as a mediator of the intangible. For this, the House in Nakano, by Architect Toyo Ito, was taken as a basis, from a narrative, formal, analytical, and interpretive perspective. Through a particular narrative, it is possible to understand Space and Time, death, love, transformation, impermanence and virtuality as architecture arguments.