Musicoterapia com adolescentes em acolhimento residencial

Abstract

Este trabalho tem como objetivo promover o bem-estar de adolescentes em acolhimento residencial na ‘Fundação Maria Droste’ (FMD), uma instituição dedicada ao apoio de crianças e adolescentes, do género feminino, em situação de vulnerabilidade. Focando na musicoterapia como intervenção terapêutica, o estudo analisa como esta abordagem pode melhorar a auto-expressão, a afirmação identitária e o desenvolvimento socio-emocional das jovens. A intervenção utilizou instrumentos de caráter qualitativos e quantitativos, incluindo entrevistas semiestruturadas, observação participante e questionários para avaliar mudanças nas competências socio-emocionais das usuárias. As sessões de musicoterapia foram documentadas e analisadas para identificar padrões e efeitos terapêuticos. Os dados revelaram que a musicoterapia teve um impacto positivo significativo, melhorando a auto-expressão, a afirmação identitária e as competências socio-emocionais. A prática musicoterapéutica facilitou a construção de relações de confiança e apoio, promovendo um ambiente seguro para a expressão emocional. O estudo conclui que a musicoterapia é uma intervenção eficaz para adolescentes vulneráveis, ajudando-as a lidar com traumas de vinculação e a desenvolver competências essenciais para suas vidas. Este estágio curricular em musicoterapia beneficiou as jovens e colaborou com o trabalho da Equipa Técnica da FMD, e, por fim, contribui também para a literatura sobre as intervenções terapêuticas em contextos de acolhimento institucional. Recomenda-se a continuidade e expansão do uso da musicoterapia não somente na FMD, mas em instituições similares, bem como a realização de formações adicionais para profissionais da área sobre os amplos benefícios da musicoterapia.

The aim of this study is to promote the well-being of adolescents in residential care at ‘Fundação Maria Droste’ (FMD), an institution dedicated to supporting female children and adolescents in vulnerable situations. Focusing on music therapy as a therapeutic intervention, the study analyses how this approach can enhance self-expression, identity affirmation, and the socio-emotional development of the young women. The intervention employed both qualitative and quantitative tools, including semi-structures interviews, participant observation, and questionnaires, to assess changes in the socio-emotional skills of the participants. The music therapy sessions were documented and analysed to identify patterns and therapeutic effects. The data revealed that music therapy had a significantly positive impact, improving self-expression, identity affirmation, and socio-emotional skills. The music therapy practice eased the building of trust and support relationships, fostering a safe environment for emotional expression. The study concludes that music therapy is an effective intervention for vulnerable adolescents, helping them cope with attachment-related traumas and develop essential life skills. This internship in music therapy benefited the young women, collaborated with the work of the FMD’s Technical Team, and contributed to the literature on therapeutic interventions in institutional care contexts. It is recommended to continue and expand the use of music therapy not only at FMD but also in similar institutions, along with proving additional training for professionals in the field on the broad benefits of music therapy.