Os desafios do ensino remoto junto a grupos vulneráveis e as intervenções técnicas do assistente social na educação básica : uma experiência na periferia brasileira

Abstract

O contexto pandêmico causado pela COVID-19 transformou de forma severa o modo de vida da população mundial, afetando questões relacionadas à saúde, educação, economia e à sociabilidade. A necessidade do isolamento social levou a suspensão das aulas, requerendo novas estratégias de ensino de forma emergencial. Instituições escolares se reinventaram, professores precisaram se adequar a tal realidade e buscar novas formas de ensinar para atender as necessidades dos estudantes, desafio este, ainda mais agudo quando se trata de grupos socioeconomicamente vulneráveis, que não tiveram acesso às tecnologias da informação e recursos digitais para aulas remotas e a distância. No Brasil, a falta de acesso das populações vulneráveis ao ensino remoto deixou ainda mais evidente a desigualdade social e a falta de comprometimento político com a educação básica de milhões de crianças e adolescentes. Nesse contexto, Assistentes Sociais que atuam em escolas de educação básica, por meio da intervenção profissional, mais do que nunca foram chamados a incidir na viabilização do acesso, permanência e garantia do direito à educação, a partir de um olhar conjuntural e crítico da realidade dos estudantes. Assim, apresentar-se-á um relato de experiência dos desafios do ensino remoto e das intervenções dos técnicos de Serviço Social na educação básica, junto a grupos vulneráveis de uma escola da periferia brasileira. Trata-se de um estudo qualitativo de cunho bibliográfico, utilizando-se a revisão de literatura, pesquisa documental e relatórios profissionais. Verifica-se que os profissionais da escola juntamente com os técnicos do Serviço Social reorganizam seu fazer profissional a partir da realidade dos estudantes, implementando novas estratégias e recursos na materialização de uma práxis comprometida com o direito social à educação emancipatória.

The pandemic context caused by COVID-19 has severely transformed the way of life of the world’s population, affecting issues related to health, education, economy and sociability. The need for social isolation led to the suspension of classes, requiring new teaching strategies on an emergency basis. School institutions reinvented themselves, teachers needed to adapt to this reality and seek new ways of teaching to meet the needs of students, a challenge that is even more acute when it comes to socioeconomically vulnerable groups, who did not have access to information technologies and digital resources. for remote and distance classes. In Brazil, the lack of access by vulnerable populations to remote education has made social inequality and lack of political commitment to basic education even more evident for millions of children and adolescents. In this context, Social Workers who work in basic education schools, through professional intervention, were called more than ever to influence access, permanence and guarantee of the right to education, from a conjunctural and critical perspective of reality of students. Thus, an experience report will be presented on the challenges of remote teaching and the interventions of Social Work technicians in basic education, with vulnerable groups of a school in the Brazilian periphery. This is a qualitative bibliographical study, using literature review, documentary research and professional reports. It appears that school professionals, together with Social Service technicians, reorganize their professional work based on the students’ reality, implementing new strategies and resources in the materialization of a praxis committed to the social right to emancipatory education.