Políticas sociais : pobreza e desigualdades nas pessoas idosas

Abstract

O sistema político e as instituições sociais deverão refletir sobre as políticas de redistribuição, a proteção social, o emprego e a cobertura dos serviços públicos que respondem às necessidades. A par da longevidade provocada pelo aumento da esperança média de vida, muitos idosos vivem também isolados, constituindo-se assim indivíduos que simultaneamente experienciam a falta de suporte familiar e quadros de grande dependência. Com o presente artigo, pretende-se refletir sobre as desigualdades de recursos e oportunidades que marcam o percurso das pessoas idosas no acesso a serviços e respostas sociais na área do envelhecimento. A análise de vários indicadores retirados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e PORDATA (estatísticas sobre Portugal e a Europa) entre os anos 2000 e 2022, permitiu verificar que há uma forte relação entre a população idosa, a pobreza, as desigualdades e a saúde. A pobreza e as desigualdades socioeconómicas da pessoa idosa, levam a que as respostas procuradas sejam dadas pelo Estado, maioritariamente, através de acordos de cooperação com o terceiro setor. As famílias, não conseguindo responder enquanto cuidadores informais, procuram nas instituições as respostas que não conseguem dar. Conclui-se que a resposta política a este quadro passa pelo desenvolvimento de serviços de ação social, onde as Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) se encontram inseridas, assegurando apoios materiais como participação e enriquecimento da vida pessoal e até direitos fundamentais.

The political system and social institutions will have to reflect on redistribution policies, social protection, employment and the coverage of public services that respond to needs. In addition to the longevity caused by the increase in average life expectancy, many elderly people also live in isolation, thus constituting individuals who simultaneously experience a lack of family support and situations of great dependence. With this article, we intend to reflect on the inequalities of resources and opportunities that mark the journey of elderly people in accessing services and social responses in the area of aging. The analysis of various indicators taken from the National Institute of Statistics (INE) and PORDATA (statistics on Portugal and Europe) between the years 2000 and 2022, allowed us to verify that there is a strong relationship between the elderly population, poverty, inequalities and health. Poverty and socioeconomic inequalities of the elderly mean that the answers sought are given by the State, mostly through cooperation agreements with the third sector. Families, unable to respond as informal caregivers, look to institutions for the answers they are unable to provide. It is concluded that the political response to this scenario involves the development of social action services, where the Residential Structures for the Elderly (ERPI) are inserted, ensuring material support such as participation and enrichment of personal life and even fundamental rights.