Produção do cuidado em tempos de pandemia e digitalização : experiência do serviço social do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo

Abstract

Perante os problemas e as necessidades da população, o Estado Providência organizou-se em respostas e ações concretizando-as através de diversas funções que estruturam este modelo de Estado (Mozzicafreddo, 2000), identificando-se uma estrutura de provimento de serviços, cobertura de riscos e redistribuição de subsídios e rendimentos. Em Portugal, segundo estimam os recentes relatórios sociais existem 267.320 mil residentes a beneficiar do RSI (rendimento social de inserção) (Peralta et. al, 2022). O presente estudo tem como objetivo analisar diferentes perceções sobre políticas assistencialistas, focando-se no entendimento que os inquiridos têm sobre a prestação social RSI. O estudo é de natureza quantitativa, com cariz exploratório. Tem uma amostra de conveniência constituída por 94 indivíduos, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos. Construiu-se um questionário para o efeito e a análise estatística dos dados foi realizada a partir do SPSS (versão IBM 26). A maioria dos inquiridos reconhece a importância e pertinência do RSI (80,9%), considerando o valor baixo perante a conjuntura económica atual; no entanto, apenas 54,3% considera os beneficiários capazes de gerir este recurso, 67% da amostra não atribui a esta prestação, potencial de inserção social nem eficácia na inserção profissional. Uma última conclusão importante é o facto de 55,3% dos respondentes considerarem o RSI uma medida promotora de dependência dos serviços de ação social. Perante uma conjunta de dificuldades socioeconómicas é fundamental estudar o papel do Estado Providência, perceber e analisar os seus recursos e a sua eficácia, parecendo inequívoca a importância de um trabalho de acompanhamento proximal por parte dos serviços em relação aos beneficiários, capaz de potenciar competências que capacitem os indivíduos no sentido de uma maior autonomia.

In view of the problems and needs of the population, the Welfare State organized itself in responses and actions, realizing them through various functions that structure this state model (Mozzicafreddo, 2000), identifying a structure for providing services, covering risks and redistributing subsidies and income. In Portugal, according to the recent social reports there are 267,320,000 residents benefiting from the RSI (social income of insertion) (Peralta et. al, 2022). This study aims to analyze different perceptions about care policies focusing on the understanding that respondents have about the social provision RSI. The study is quantitative in nature, with an exploratory nature. It has a convenience sample consisting of 94 individuals, aged between 18 and 65 years. A questionnaire was constructed for this purpose and the statistical analysis of the data was performed from the SPSS (IBM version 26). The majority of respondents recognize the importance and relevance of the IHR (80.9%), considering the low value in the current economic situation; however, only 54.3% consider beneficiaries capable of managing this resource, 67% of the sample does not attribute to this benefit, potential for social insertion or effectiveness in professional insertion. One last important conclusion is that 55.3% of respondents consider the RSI a measure promoting dependence on social action services. In the face of a joint of socio-economic difficulties, it is essential to study the role of the Welfare State, to perceive and analyze its resources and its effectiveness, and it seems unequivocal the importance of proximal follow-up work on the part of the services in relation to the beneficiaries, capable of empowering competencies that empower individuals towards greater autonomy.